No relatório, a PF afirma que o Instituto Cidadania e Natureza (ICN), antes mesmo do processo de licitação ter sido iniciado, já tinha dados sigilosos repassados pelo Governo do Estado.
“[…] antes mesmo de sair o edital da licitação, o investigado [médico Inácio Guará, um dos donos do ICN e que faleceu no início do mês] já tinha dados sigilosos sobre o processo de licitação, inclusive que seria dividida em grupos, e já sabiam quais hospitais iriam administrar”, destaca o relatório.
Diálogo
O ICN conseguiu vencer o certame e assinar dois contratos com o Governo do Estado.
A PF também relata que flagrou, por meio de interceptação telefônica, um membro da Secretaria de Saúde (SES) em diálogo sobre a contratação de pessoal com Inácio Guará. Duas contratações teriam sido solicitadas para o Hospital Macrorregional de Coroatá. Uma das pessoas beneficiadas, segundo a PF, foi o vice-presidente do PCdoB do município.
Por meio de nota, a Secretaria de Comunicação do Estado afirma que o Executivo solicitará informações do teor da interceptação. “O Governo do Estado vai solicitar o teor da suposta interceptação telefônica para poder se manifestar e reitera que não emite nota sobre boatos ou especulações oriundas de fontes não oficiais”, finaliza. l
Operação focou período 2010/13
Apesar de ter conhecimento das irregularidades na gestão do ICN já no governo Flávio Dino, a Polícia Federal concentrou a ação apenas no período entre 2010 e 2013. Nem mesmo o secretário Marcos Pacheco, ou qualquer dos seus auxiliares, foram chamados a prestar esclarecimentos. Os diretores do ICN foram presos durante a operação, mas a maioria já foi solta.
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