terça-feira, 3 de maio de 2016

Bloqueio do WhatsApp prejudica negócios e serviços em São Luís

A suspensão – desde às 14h de ontem – do uso do aplicativo WhatsApp, por decisão do juiz Marcelo Montalvão, de Sergipe, prejudicou diversas empresas em São Luís que dependem da ferramenta para aquisição e fidelização de clientes. Ao mesmo tempo, entre os adeptos comuns do Whats, a suspensão estimulou a criatividade e ascensão de canais alternativos para comunicação, dentre eles, o Telegram, o VPN e o ZapZap (disponíveis no Google Play e App Store). Até o fechamento desta edição, ainda estava mantida a suspensão do WhatsApp.
Algumas empresas, especialmente do setor tecnológico, tiveram redução no percentual de lucro por causa da diminuição na procura por clientes. Para contornar o problema, determinados donos de empreendimentos tiveram que ligar diretamente para os clientes ou mesmo mandar mensagens via SMS para manter contato.
A Farmácia Garrido, por exemplo, com sete unidades fixas na capital maranhense e que comercializa medicamentos de fabricação manipulável, efetua atendimento a seus clientes, há vários meses, por meio do WhatsApp. Por causa da suspensão do uso do aplicativo, houve queda – não divulgada – no faturamento da empresa, pela diminuição na procura por clientes. “ Há pessoas que encaminham fotos para o nosso contato de receitas médicas. Ou seja, há clientes cujo atendimento é direcionado diretamente para a nossa ferramenta”, disse Dalila Costa, uma das responsáveis pelo setor de atendimento da farmácia.
A empresa MA Tech, que atua com serviços de manutenção de informática, com sede no bairro Coroadinho, também teve que recorrer a outros canais para manter contatos com os clientes. “ Usamos o face, por exemplo, além do nosso número fixo”, disse a atendente da empresa, Ana Raquel Aguiar. Ela informou ainda que, devido ao bloqueio, houve queda de pelo menos 30% no faturamento diário da empresa, considerando a demanda de clientes “ Como é grande a dependência do Whats, as pessoas não têm outras formas de se comunicar conosco”, disse.
Outros canais
A comunidade do Vinhais, por exemplo, que faz uso diário do aplicativo WhatsApp para o acesso ao grupo “Vinhais Alerta”, criado por moradores do bairro para combater a falta de segurança no bairro, também foi uma prejudicada. O grupo, que até o momento conta com 50 componentes, já é considerado – apesar do pouco tempo de implantação – como um dos principais canais de acesso da população à polícia.
Além de trazer prejuízos financeiros, a ausência de acesso ao aplicativo também teve consequências nas rotinas jornalísticas das empresas de comunicação. A equipe de Mídias de O Estado, por exemplo, não utilizou o WhatsApp ontem (por meio do telefone 99209-2564) para receber informações sobre os acontecimentos do cotidiano de São Luís e do interior. Para compensar a perda momentânea do WhatsApp, a equipe recorreu a outras ferramentas da internet, como Facebook e VPN.
Além de O Estado, outros veículos do Grupo Mirante – como o Imirante.com, a Rádio Mirante AM e a TV Mirante – também utilizaram soluções alternativas para compensar o bloqueio do WhatsApp. Para não perder contatos, vários usuários no Maranhão fizeram uso de outros aplicativos, como Telegram e Viber.
Suspensão
A Justiça mandou as maiores operadoras de telefonia do país bloquearem o acesso dos brasileiros ao aplicativo de mensagem instantânea a partir das 14h de ontem. A decisão do bloqueio foi do juiz Marcel Maia Montalvão, da Vara Criminal de Lagarto, em Sergipe. O magistrado atendeu a um pedido de medida cautelar da Polícia Federal, que foi endossado por parecer do Ministério Público.
O bloqueio foi pedido porque o Facebook, dono do WhatsApp, não cumpriu uma decisão judicial anterior de compartilhar informações que subsidiariam uma investigação criminal. O WhatsApp informa que cooperou “com toda a extensão da nossa capacidade com os tribunais brasileiros”. A empresa voltou a afirmar que a Justiça tenta “nos forçar a entregar informações que afirmamos repetidamente que nós não temos”.
Em dezembro do ano passado, uma decisão da Justiça no Piauí também suspendeu o uso do aplicativo, que permaneceu inoperante para os usuários do país por 12 horas.
Nota do Whatsapp
“Depois de cooperar com toda a extensão da nossa capacidade com os tribunais brasileiros, estamos desapontados que um juiz de Sergipe decidiu mais uma vez ordenar o bloqueio de WhatsApp no Brasil. Esta decisão pune mais de 100 milhões de brasileiros que dependem do nosso serviço para se comunicar, administrar os seus negócios e muito mais, para nos forçar a entregar informações que afirmamos repetidamente que nós não temos”.
Peça
O que fazer sem o WhatsApp
- Usar outras ferramentas (Facebook, Telegram, VPN, ZapZap, Viber, Skype)

- Manter contato por meio de SMS
- Ter canais fixos, como o Disque-Denúncia
- No caso de empresas, ligar diretamente para os clientes

Correlata
Suspensão do WhatsApp afetou serviços da polícia
O bloqueio do WhatsApp também foi prejudicial para o controle de segurança por parte da polícia. Por causa da determinação judicial, a Polícia Civil – por exemplo – não recebeu, por meio do aplicativo, informações acerca de investigações ligadas ao tráfico de drogas e a foragidos de justiça.
A ferramenta – denominada ByZu e criada há menos 10 dias – em pouco tempo já ofereceu resultados positivos. “ De certa forma, o bloqueio nos prejudica, já que nosso canal no aplicativo nos oferecia informações em tempo real e de forma imediata. Trata-se de uma medida que prejudicou, sim, o trabalho da polícia”, disse o titular da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), delegado Tiago Bardal.
Ele aconselha ainda a população para que utilize, no período de suspensão do uso do aplicativo, outros canais como o Disque-Denúncia (cujo telefone é o 3221-5800). “ Ainda se trata de um serviço popular e com muito apelo junto à população. Contamos com nosso cidadão para que colabore com nosso trabalho, independentemente de qual ferramenta usar para procurar a polícia”, afirmou o delegado.
Frase
“ Há pessoas que encaminham fotos para o nosso contato de receitas médicas. Ou seja, há clientes cujo atendimento é direcionado diretamente para a nossa ferramenta”
Dalila Costa
Uma das responsáveis pelo setor de atendimento da Farmácia Garrido.

De OEstado

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