O ex-funcionário da Odebrecht José de Carvalho Filho, que
detalhou, em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, o pagamento de R$
200 mil à campanha de Flávio Dino em 2010, em troca de apoio do comunista a
projeto de lei de interesse da empreiteira na Câmara, esteve no Maranhão por
duas vezes entre 2014 e 2015.
Pelo menos em uma das viagens, afirmou ele, encontrou-se
pessoalmente com o governador do Maranhão.
A primeira passagem do ex-funcionário ocorreu em agosto de
2014. Nessa ocasião, José Filho veio ao Maranhão tratar de contratos da
Odebrecht Ambiental em Paço do Lumiar e São José de Ribamar – onde a empresa
venceu licitações para a concessão do abastecimento de água.
A segunda visita ocorreu em 2015, quando Dino já era o
governador. Nesse caso, a visita teve um objetivo: apresentar João Pacífico, o
homem que definiu o valor de R$ 200 mil como doação ao comunista na primeira
campanha ao governo.
“Solicitei a João Pacífico, que era o superintendente da área
do Nordeste, levar ele para uma visita de cortesia e apresentá-lo ao
governador”, disse o delator em depoimento, que acrescentou considerar normal
esse tipo de encontro.
“É natural que você visite um governador na medida em que
você tem interesse em ir ver a possibilidade de fazer investimento”, completou.
Delações da Odebrecht: José Sarney é citado em depoimento
sobre propina em execução de ferrovia
O nome do ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB)
aparece em delações da Odebrecht que deram origem à "lista de
Fachin". Segundo delatores, o grupo político do peemedebista se beneficiou
de contratos na execução da Ferrovia Norte-Sul, em Goiás.
O nome de Sarney aparece três vezes em inquérito autorizado
pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, sobre o deputado
federal Milton Monti (PR-SP). As informações sobre Sarney, passadas pelos
delatores da Odebrecht, foram encaminhadas à Justiça de Goiás.
Os advogados de José Sarney negam o pagamento de propina e
dizem que o ex-presidente não é citado diretamente, mas apenas uma pessoa que
seria ligada a ele. Por meio de nota, Monti informa que sempre agiu de acordo
com a lei e que todas as doações das campanhas eleitorais foram feitas
legalmente: "É bom que se apure porque assim a inocência dele será
comprovada".
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