sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O seletivo, o edital nebuloso e a propaganda enganosa do ex-presidente do Procon no MA

Deputado estadual Duarte Jr. Garoto mídia lança um seletivo com jeito de propaganda enganosa .

Se ao anunciar na última quarta-feira um processo seletivo para formar sua equipe de gabinete na Assembleia Legislativa, a sua ideia foi “mostrar que a política pode ser diferente”, o deputado estadual eleito Duarte Júnior (PCdoB) acabou foi se igualando aos que fazem de seus mandatos um exercício de mídia e demagogia barata.
Do edital do seletivo (leia Aqui) às declarações que postou em seu site (www.duartejr.com), o que se observa é um discurso personalista, consubstanciado em uma retórica social facciosa.
Publicitada como exemplos de eficiência destinada a “cuidar das pessoas”, comprometimento com o interesse público e de resgate da credibilidade política, a proposta de Duarte Júnior em reunir “os melhores talentos e os melhores profissionais”, segundo afirma com todas as letras, é para que ele possa lutar por “um Brasil justo e contribuir com a transformação do Maranhão”.
Tudo isso, no entanto, se esvai em salários e do número de vagasTudo isso, no entanto, se esvai em  disponibilizados. Além de serem apenas quatro, das dezenove a que todo gabinete tem direito, os cargos são de baixa patente, com soldos entre 3 e 6 mil reais; levando-se em conta as remunerações, entre 10 e 22 mil, dos dez Técnicos Parlamentares Especiais, que compõem o quadro pessoal de cada deputado.
Ora, se dos dez especiais, cinco ganham R$ 22.885,00 e teoricamente o ordenado é de acordo com quem paga condizente à importância de quem o recebe, porque não fazer o seletivo para esses cargos?
Essa sim seria uma grande diferença, que traria qualidade à legislatura e, por consequência, o pretendido resgate da confiança e esperança das pessoas na política como instrumento de ação de transformação da sociedade.
Instaurar um processo seletivo para contratar um assessor de comunicação, um editor de vídeo, um assessor legislativo e um assessor técnico legislativo não passa de mero proselitismo político disfarçado de boas intenções.
Aliás, ao que parece, o resultado do seletivo também estaria a seu critério, já que o edital não estabelece uma comissão de avaliação, tampouco os pesos de cada fase do processo, que inclui prova de título, prova prática e entrevista.
Por não observar determinados princípios constitucionais que garantam tratamento isonômico e iguais oportunidades de acesso aos concorrentes, a ausência de uma comissão técnica competente deixa margem a ocorrências de arbitrariedades e favorecimentos indevidos, ainda mais em se tratando de cargos políticos.
No mesmo ambiente nebuloso, ao exigir dedicação exclusiva para além do horário regular de trabalho, o edital ignora os direitos adquiridos por quem se submete a um processo seletivo para desempenhar uma função pública. 
Mas o que dizer de um edital cujo o primeiro e longo inciso do artigo inicial se decida a traçar loas ao deputado mais “votado da história de São Luís”?
Com competência e dedicação comprovadas ao serviço público, o ex-presidente do Procon tem tudo para ser um grande deputado; mas precisa entender que diferença na política se faz através de um discurso arraigado na verdade e na realidade dos fatos, sem cair na tentação da falsa glória pela qual muitos tentam manipular e convencer o eleitorado da importância transformadora de suas propostas.
Do contrário, assim como seu seletivo, o mandato de Duarte Júnior será no mínimo uma peça de propaganda, típica de quem foi apelidado de “Garoto Mídia”.
Afinal, a relação entre prática e discurso revela quem a pessoa é!
  

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